sexta-feira, 4 de maio de 2007

Tua graça caminha pela casa.
Moves-te blindada em abstrações, como um T.
Trazes a cabeça enterrada nos ombros qual escura rosa sem haste.
És tão profundamente que irrelevas as coisas, mesmo do pensamento.
A cadeira é cadeira e o quadro é quadro porque te participam.
Fora, o jardim modesto como tu, murcha em antúrios a tua ausência.
As folhas te outonam, a grama te quer.
És vegetal, amiga...
Amiga!
Direi baixo o teu nome.
Não ao rádio ou ao espelho.
Mas à porta que te emoldura fatigada e ao corredor que pára para te andar, adunca, inutilmente rápida.
Vazia a casa raios, no entanto, desse olhar sobejo oblíquos cristalizam tua ausência.
Vejo-te em cada prisma, refletindo diagonalmente a múltipla esperança.
E te amo, te venero, te idolatro.
Numa perplexidade de criança.

Ps: Dessa vez enchemos de pontos, pois a dona desse post parece que os acha necessários :)

Pps: Dessa vez não usamos um quadro de Picasso também.

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