domingo, 7 de março de 2010

Criação

E então conquistaremos mundos
Dominaremos aldeias
Queimaremos cárceres
Devolveremos aos junstos o don da criação
E tiraremos tal poder das mãos dos falsos sábios

Não nos curvaremos diante de Deus algum
Seja ele justo, injusto, cristão ou pagão

Escreveremos nossos prórpios passos
Criaremos nossos prórpios livros
Teremos nossos próprios filhos
Educaremo-os como bem nos convir
Sem amarras
Nem laços
Nem falsas noções de moralidade

Viraremos as costas para toda igreja
Todo templo
E todo solo sagrado
Tendo como santo apenas aquilo que for "nós"

Não permitiremos que céus ou infernos nos abriguem
Nos julguem
Nos condenem
Nem a sua eterna danação
Nem a sua apática condescendência

Não seremos cúmplices de homem algum
Nos fartaremos de nossa própria sorte
Seja ela qual for

E não condenaremos nunca mais ninguem
Tenha sido qual for sua história

Abrigaremos malditos
Párias e justos
Tornaremos deles nosso teto
E criaremos assim nossa gente.

terça-feira, 2 de março de 2010

Continuação...





















E caminho noites a fio por essa terra
Terra fria, desolada, estéril
Terra sem alento, nem aconchego
Terra essa chamada terra sem ti
Em noites insones buscando tua presença
Buscando teu sorriso
Teus olhares e palavras...
Mas é tudo deserto, tudo desolação

Me junto aos Homens que ficaram no chão
Mirando as estrelas
Mas sem poder ve-las
No céu brilhar
Se voltaram para a escuridão
E se puseram a chorar

Caminho cego, surdo, sem fé
Caminho sem rumo
Procurando suas pegadas, na areia branca de praias
Onde antes andavas descalça, com vestidos e cabelos a esvoaçar
Ao vento do por do Sol

Mas sem tua presença, tudo que há é o vazio do mar
O negrume da noite
E a ausência do Sol
A esperar o nascer de um novo dia
A vinda de uma nova alvorada
Onde talvez regresses

E torne o mundo bonito outra vez.