terça-feira, 8 de abril de 2008

E vou levando um dia após o outro

E vou levando um dia após o outro
Tentando esconder minha dor
Tentando não aparentar, o peso que carrego nos ombros
Assim como antes de mim fez meu pai
E antes de meu pai, seu próprio pai

Enterro a cabeça no travesseiro toda noite
Ela pesa
Eterro os olhos em algum livro poeirento
Eles pesam

Tento emprestar pra mim mesmo um andar confiante
Um sorriso zombeteiro
Um ar de quem não se deixa abalar pela vida
E um falar de quem entende os problemas do interlocutor

Cada onibus que pego, me faz pensar...
O que aconteceria se eu não saltasse no ponto?
Fosse embora?
Esquecesse da vida?
Como é grande a tentação

Cada caminho que pego, me faz imaginar...E se eu pegasse aquela reta?Fosse direto?
Resoluto em nunca fazer curvas?
A que lugares melhores do que esse a estrada me levaría

Como sería melhor a vida
Como sería bom, fazer parte do grupo daqueles que foram
Daqueles que fizeram
Daqueles que se tornaram história na vida de alguêm

Que ao invés de ficar acenando um adeus
Simplesmente foi
E teve a esperança do caminho toda
Diante dos olhos seus.

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