
Outro ano começou
Outro ano terminou
Novos amores vão surgir para novas pessoas
Novas esperanças
Novas alegrias
Novas esperanças
Novas estrelas hão de surgir no céu
E outras vão morrer
Corações partidos serão consertados
E corações duros como pedra serão quebrados
Novas estradas serão descobertas
E novos valores surgirão de onde menos se espera
Hoje me encontro só em minha casa no topo do morro
Contemplo o mar
Sinto sua brisa balançar as folhas
Não tenho mais cabelos que possam ser balançados pela brisa
Não há ninguem ao meu lado
O Mundo parece deserto
A mente está povoada
Tomada por multidões
De anjos e monstros
Deuses e prostitutas
Amigos, amantes e animais queridos
Que já se foram ou que ainda estão por vir
E Ela
Ela que tinha os olhos como a mais negra das tempestades
Que tinha o sorriso como o mais brilhante dos dias
Que possuia o coração como a primavera que surpreende chegando em meio ao inverno
Ela que tería nesse momento os cabelos jogados sobre o rosto pela brisa
Que ocultaría a tudo, deixando visivel apenas os olhos
Olhos vivos, quentes e negros
E então com os dedos finos, delineados ela afastaría os cabelos da face
Mostrando um sorriso de quem sabe algum segredo oulto sobre o Universo
Ou que simplesmente oculta alguma brincadeira infantil sendo planejada
Hoje estou só, sobre esse morro
Penso em ti, tão longe
E quero fazer contigo o que a primavera fez com as cerejeiras...